O amor que não precisa de palavras — O Dia das Mães no universo autista
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  • 11 de maio de 2025
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O amor que não precisa de palavras — O Dia das Mães no universo autista

Um amor que se aprende a enxergar

Nem toda mãe ouve um “eu te amo” em palavras. E talvez nem precise.
Quando falamos sobre maternidade no universo do autismo, falamos sobre mulheres que, muitas vezes, aprendem a perceber o amor de formas que o mundo nem sempre entende. Está no gesto, no olhar demorado, no brinquedo cuidadosamente colocado no colo. Está naquele abraço inesperado, vindo justamente quando ela mais precisa, depois de um dia difícil.

O idioma do afeto silencioso

Ser mãe de uma pessoa autista é, inevitavelmente, se tornar fluente em um novo idioma. Um idioma que não usa palavras, mas se comunica com a intensidade de um olhar, de uma aproximação, de um simples compartilhar de espaço.
É aquele filho que, sem dizer nada, encosta a cabeça no ombro. Ou que traz um objeto que ama e coloca nas mãos da mãe, como quem diz: “isso é importante para mim, quero dividir com você”.

A desconstrução do que é “amar”

Ao longo desse caminho, essas mães percebem que o amor não precisa ter uma única forma. Nem sempre vai ser um “eu te amo” dito claramente, nem sempre vai ser o abraço apertado ou o beijo espontâneo que tantas famílias conhecem.
Às vezes, é o filho aceitar sair de casa depois de dias difíceis. É aceitar um novo alimento. É permanecer ao lado, em silêncio, apenas dividindo o mesmo ambiente. E, para quem entende esse idioma, isso é tão amor quanto qualquer declaração.

Pequenas grandes vitórias

Cada sorriso, cada olhar, cada conquista — por menor que pareça — é celebrado como quem presencia um verdadeiro milagre. Porque só quem vive esse processo sabe quanto esforço, quanto enfrentamento e quanta superação estão escondidos em gestos que, para outros, poderiam passar despercebidos.

Um amor que não grita, mas pulsa

No fim das contas, o amor está em cada tentativa, em cada dia que começa com desafios e termina com algum tipo de conexão, por menor que seja.
Ele não precisa ser verbal. Ele não precisa seguir o roteiro que o mundo espera. Porque ele já está ali. Presente. Vivo. Pulsando em cada olhar, em cada cuidado, em cada reinvenção diária dessas mulheres que aprenderam que o amor mais puro nem sempre fala. Mas ele sempre se faz sentir.