Mudou o plano… e agora? — Por que mudanças são tão difíceis para pessoas autistas
  • By admin
  • 16 de maio de 2025
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Mudou o plano… e agora? — Por que mudanças são tão difíceis para pessoas autistas

Quando o inesperado não é só desconfortável

Mudar de planos pode ser desconfortável para qualquer pessoa. Mas, para quem está no espectro autista, o impacto vai além. Não é só incômodo, não é só frustração. Às vezes, é como se o chão saísse dos pés. Uma simples mudança no trajeto, um compromisso que aparece de última hora, alguém chegando sem avisar… tudo isso pode gerar uma tempestade interna, invisível para quem olha de fora, mas absolutamente real para quem sente.

A busca pela previsibilidade

O cérebro autista funciona de uma forma que busca padrões, estabilidade, organização. Saber o que vai acontecer, quando vai acontecer e como vai acontecer traz segurança. Isso não é uma questão de teimosia ou falta de flexibilidade, como muitas vezes se julga. É uma necessidade neurológica, que ajuda a pessoa a se sentir no controle do próprio mundo.

Quando o controle escapa

E aí, quando algo sai do script — mesmo que pareça pequeno —, vem o desconforto, a ansiedade, o estresse, o colapso emocional. O corpo e a mente entram em modo de defesa. A comunicação pode ficar mais difícil. A regulação emocional some. Tudo que parecia simples se torna pesado, difícil, às vezes até impossível de lidar naquele momento.

Não é frescura. É real.

É comum quem está de fora não entender. Ouvir frases como “precisa aprender a lidar” ou “não é pra tanto” só amplia o sofrimento. Porque sim, é pra tanto. É real. E não, não é algo que se resolve com força de vontade.

Estratégias que fazem diferença

Por outro lado, é possível construir estratégias que ajudam — e muito. Antecipar o que vai acontecer. Ter recursos visuais, roteiros, apoio para se preparar para mudanças. E, claro, um ambiente que acolhe e não julga. Um espaço que entende que, quando algo sai do esperado, não é só um contratempo: é uma verdadeira batalha interna que precisa de cuidado, não de cobrança.